Este foi sem dúvida mais um excelente episódio de Perdidos e sendo já o episódio cem é de louvar que a série ainda mantenha a sua qualidade e é, sem dúvida, isso que faz com que ela tenha tanto sucesso. Ainda por cima, tinha lido uns spoilers que supostamente eram tudo o que ia acontecer neste episódio... felizmente não era, o que fez com que fosse surpreendido duas vezes e isso é excelente. Vamos ao resumo...

O episódio começa com Desmond a entrar no hospital, em estado algo critico, depois de ter sido baleado por Ben. Com ele vai, naturalmente, Penny, que está desesperada e com medo que lhe aconteça alguma coisa. Mais tarde, na sala de espera, ela recebe a visita de Eloise Hawking, que lhe diz que crê que o seu filho é o culpado por tudo aquilo. Penny se ela é a mãe de Ben e ela diz que graças a Deus não, dizendo que o seu filho é Daniel Faraday.

Andamos trinta anos para trás no tempo, e voltamos a ver a cena que Miles recebe Faraday no submarino. Este mostra a fotografia de Jack e companhia com os recrutas da Dharma e diz que é por aquilo que ali está, pedindo que Miles o leve até Jack. Assim acontece e na casa de Jack, Faraday começa afazer mil perguntas tentando perceber o que é que ele faz ali e como ali chegou. Jack explica, por alto, tudo o que aconteceu e ele quer saber como é que a mãe dele o convenceu a voltar à Ilha, perguntando se ela disse que aquele era o destino dele. Jack diz que sim e Faraday afirma que ela estava errada.

Algures no... vá lá, passado, vemos um rapaz a tocar piano. A mãe dele chega para falar com ele, e logo nos percebemos que é, uma jovem, Eloise Hawking. Ela pergunta ao filho, que é Faraday, naturalmente, se ele sabe o que é o destino, explicando que, de acordo com o destino, as pessoas têm dons especiais para serem aprimorados e que o dom dele é a mente, preparada para a ciência e para a matemática, sendo que ele não devia ter outro tipo de distracções. Daniel diz que quer continuar a tocar piano e que pode criar tempo para fazer as duas coisas. Ela nega, e fecha a tampa que protege as teclas do instrumento.

Na Ilha, Faraday parte com Miles para a Orquídea, e impede Jack de ir com eles. O médico vai a casa de Sawyer e conta sobre a volta do físico, querendo conversar sobre o assunto, mas o golpista diz que está ocupado, acabando por o deixar entrar e contando o que se passa com Phil e o que ele descobriu, mostrando o prisioneiro amarrado e amordaçado dentro de um armário.

Na Orquídea, Faraday espera no carro com Miles, que quer saber do que ele está à espera, acabando por obter resposta quando vemos Pierre Chang a chegar à estação, sendo que Faraday diz que ele chegou na hora certa. Ele segue-o até o subsolo da Orquídea e vemos uma cena já “antiga”, vista no principio desta temporada. Depois de Faraday esbarrar com Chang, este resolve ir falar com Chang. Depois das apresentações, Faraday pede-lhe que evacue a Ilha, pois apesar de ali a carga electromagnética estar controlada, dali a seis horas vazará na área em que a estação Cisne que está em construção, sendo que lá a energia é 30000 vezes mais forte, e que o acidente será catastrófico.
Chang não acredita e quer saber como ele sabe tudo aquilo, ao que Faraday responde ser do Futuro. Do lado de fora da Orquídea, Faraday insiste que Chang leia suas anotações, mas Miles tenta evitar que o físico importune o cientista. Faraday percebendo que não o está a convencer, revela que Miles é o filho dele. Chang vacila e quer saber se é verdade, mas Miles diz que não. Chang diz, então, a Faraday para ficar longe dali e para não chatear, saindo logo de seguida. Miles quer então saber porque é que Daniel Faraday está a fazer aquilo, ao que ele responde que está apenas a garantir que Chang faça o que tente que fazer.

Fora da Ilha, no passado, vemos Daniel Faraday na Universidade de Oxford, após a formatura, abraçado à sua namorada. Do lado de fora, Eloise Hawking vai falar com ele, ignorando a rapariga que é Theresa, convidando apenas o filho para um almoço, o que deixa Faraday incomodado. No restaurante, este mostra sua indignação, e ela diz que ele deve dedicar-se inteiramente ao seu trabalho e que não terá tempo para relacionamentos. Ele indigna-se, dizendo que ela sempre o pressionou, que ele é o mais jovem doutor a se graduar em Oxford e deixando escapar que ele ganhou uma bolsa de pesquisas de 1,5 milhão de libras. Espantada, Eloise quer saber de quem veio o dinheiro, e ele diz não saber muito bem, acabando por se lembrar do nome Charles Widmore. Ao ouvir o nome, ela fica surpreendida. Recomposta, diz que não está ali para discutir, mas para dar os parabéns ao filho, dando-lhe um presente e deixando-o sozinho. Ele abre o embrulho e vemos um diário lá dentro, que traz a dedicatória: “Daniel, seja o que for, lembre-se: eu sempre vou te amar. Mãe”.

Na Ilha, Jack, Jin, Hurley, Kate, Juliet e Sawyer estão reunidos na casa do casal. Sawyer diz que quer ficar na Ilha, já que aquela passou a ser a casa após três anos, mas depois do que aconteceu, eles precisam de fazer algo: ou fogem no submarino ou fogem para a floresta. Jin diz que não sai da Ilha, já que ainda não conseguiu encontrar Sun. Hurley também não quer sair, pois teve que passar por muito para voltar, não fazendo sentido sair de lá de novo. Nisto, eles são interrompidos por alguém que bate à porta. Sawyer pega numa pistola e abre: são Faraday e Miles, que se juntam a eles. Sawyer pergunta a Miles se ele ainda continua maluco, ao que ele responde que sim, mas num nível superior do que estava anteriormente. Faraday diz que o que ele quer fazer é algo altamente importante para todos naquela sala; e pergunta aonde pode encontrar os Hostis. Juliet quer saber a razão da pergunta, e ele conta que a mãe dele é um deles e que ela é a única pessoa naquela ilha que os pode levar de novo ao tempo a que eles pertencem. A revelação deixa os restantes intrigados.

Fora da Ilha, revemos outra cena: a de Daniel Faraday a ver televisão, onde nos é mostrado os falsos destroços do voo 815 no fundo do mar. Descobrimos que a mulher que fala com ele sobre a notícia é uma espécie de empregada que toma conta dele e ao perguntar-lhe porque é que ele está a chorar, ele responde que não sabe, mas que aquilo o está a deixar triste. Nisto, alguém bate à porta deles: é Charles Widmore. Faraday diz não se lembrar dele, pois tem tido problemas de memória, mas o magnata diz que eles nunca se encontraram, e se apresenta. Faraday reconhece o nome do seu patrocinador de tempos atrás. Ele agradece pelo incentivo que teve antes de abandonar o projecto, assegurando que havia feito testes nele próprio antes de os fazer em Theresa e que ele não era capaz de a machucar. Widmore diz que não está ali por isso, mas sim para oferecê-lo uma nova oportunidade. Ao agradecer e pedir desculpas por não poder aceitar, Daniel acaba por olhar novamente para a notícia e começa a chorar, mostrando a Widmore por tudo aquilo, não sabendo explicar bem porquê. Charles Widmore diz, então, que pode assegurar que ninguém daquele avião morreu, que tudo aquilo é uma farsa e que foi ele quem a elaborou. Incrédulo, Faraday pergunta por que Widmore está a contar-lhe aquilo, ao que ele responde que no dia seguinte, Faraday já não se recordará de nada. Acrescentando, que o avião caiu numa Ilha muito especial, que poderá, inclusive, curar a memória dele. Faraday pergunta por que ele está a fazer aquilo, e Widmore explica que seria um desperdício que ele não aproveita-se o talento dele. Faraday comenta que ele ao dizer aquilo até parecia a mãe dele e o Widmore diz que aquilo acontece porque os dois são velhos amigos.

De volta à Ilha e à reunião, Faraday explica que sua mãe é Ellie, a mulher que eles encontraram em 1954, e que tudo o que precisa é falar com ela. Sawyer não concorda, mas Jack lembra que das duas opções que eles têm, e que aquela não é a vida deles, ao que Sawyer diz que até eles voltarem aquela era a vida deles e um boa vida. Jack pergunta a Kate se ela sabe aonde encontrar os Hostis. Sawyer tenta impedir que ela diga, mas Jack o cala, lembrando a Kate que ela voltou por alguma razão, ao ponto de ter deixado Aaron e seja lá qual for a razão, ela não está nem naquele sitio, nem naquele tempo. Sawyer, novamente, tenta intervir, mas Juliet dá a senha da cerca e acrescenta que já não há mais nada a fazer. Sawyer percebe que não os pode impedir, e Faraday, Jack e Kate partem, não sem antes ouvirem da boca de Sawyer que quando eles percebessem o erro que estavam a cometer, que eles estavam na praia, no mesmo lugar onde tudo tinha começado. Ao fechar a porta, Sawyer combina com os demais que façam as malas e o encontrem novamente em casa em vinte minutos e que aquela é a hora de ir, diz ele dando a mão para Juliet.

Do lado de fora da casa, Kate comenta que os Hostis não os receberão bem, e Jack diz que tem as chaves do armário das armas que está na oficina. Nisso, distraído com alguma coisa, Faraday diz que os encontrará na oficina. Ao ir no sentido oposto, ele vai ao encontro de uma rapariga ruiva que é, naturalmente, Charlotte. Ela está a comer chocolate, o que a faz comentar que não o deveria estar a fazer antes do jantar, mas ele diz que não dirá nada a ninguém, acrescentando que, em breve, o doutor Chang irá tirar a mãe dela e ela da Ilha, e que, aconteça o que acontecer, que ela nunca volte à Ilha. Ele diz ainda que tentou evitar dizer aquilo, pois acreditava que não podia mudar as coisa, mas era possível que ele estivesse enganado.

Faraday encontra-se na oficina com Jack e Kate, que recolhem um kit de primeiros socorros e armas. Nisto, Radzinski e outros dois Dharma chegam numa das carrinhas Dharma. Ele pergunta o que eles estão ali a fazer e Faraday tenta resolver as coisas dizendo que houve um acidente na Orquídea e que Pierre Chang lhe pediu ajuda. Sem querer, ela mostra a arma na sua mão, o que deixa os outros alarmados. Apesar de lhe apontarem uma arma, Faraday insiste em partir, mas Radzinski acaba por lhe dar um tiro, que lhe acerta de raspão no pescoço. Há resposta por parte deles e acontece um tiroteio. Kate e Faraday entrar num jipe, e Jack dispara para um barril de combustível, causando uma explosão e ganhando tempo para entrar no veículo. Enquanto eles fogem, Radzinski ordena que o alarme seja tocado.

Estamos novamente fora da Ilha, e Faraday toca piano, sem conseguir terminar a música, devido aos problemas de memória. Eloise Hawking chega para visitá-lo, e comenta que sabe que lhe ofereceram um emprego. Ela diz que é muito importante que ele aceite a oferta de Widmore, mas ele diz que não pode, pois o trabalho exige cálculos, fórmulas e equações que ele já não consegue fazer. A mãe dele diz que à possibilidade de que a Ilha o cure, podendo prosseguir com o seu trabalho. Ele pergunta se aquilo a fará ficar orgulhosa dele. Eloise diz que sim e ele concorda em aceitar a proposta.

Na Ilha, Jack, Kate e Faraday chegam à cerca electromagnética. Lá, enquanto Kate a desactiva, Jack faz um curativo no pescoço de Faraday. Este diz que teve sorte, e quando ouve o médico dizer que nada iria acontecer pois já aconteceu, Faraday explica que aquilo é o presente deles e que qualquer um deles poderia morrer.

Na casa de Sawyer e Juliet, o casal faz as malas e o Sawyer diz que a médica o havia avisado de que a vinda do trio causaria problema. Ele pergunta se ela ainda o protegerá, e ela devolve a pergunta. Em seguida, os dois ouvem o alarme. Do lado de fora, Hurley e Jin ficam impressionados com o alerta. Nisto, Radzinski entra na casa de Sawyer, perguntando por onde ele tem andado. O Dharma conta sobre o tiroteio. Sawyer tenta acalmá-lo, mas eles são interrompidos pelo barulho no armário da casa. Radzinski vai até lá onde encontra Phil amarado, ordenando que Sawyer se ajoelhe e apontando-lhe uma arma.

Na floresta, Jack, Kate e Faraday param em num riacho para descansar. O último explica que, em quatro horas, uma perfuração na área da Cisne irá liberar uma grande quantidade de energia, e que os resultados da liberação desta energia serão catastróficos. Ele explica que, para conter a energia, será preciso cercá-lo de cimento, como foi feito em Chernobyl, e que, por conta desse incidente, os Dharma passarão vinte anos a libertar a energia apertando um, o mesmo que Desmond um dia não apertaria e que causaria a queda do voo 815, que, por sua vez, motivará a chegada do cargueiro em que ele, Charlotte, Miles e todos os outros estavam. Ou seja, o momento que desencadearia tudo aquilo iria acontecer dentro de quatro horas e ele estava certo que poderia mudar tudo aquilo, mesmo que, inicialmente, os seus estudos apontassem que aquilo seria impossível, pois só agora ele tinha percebido que se tinha concentrado em demasia nas constantes e que se havia esquecido das variáveis, que eram responsáveis por mudar as situações, sendo que naquele caso as variáveis eram eles, pois tinham livre arbítrio, para poder mudar os seus destinos. Depois das explicações, Daniel Faraday contou qual era, exactamente, o seu plano: acabar com aquela energia, pois assim a estação Cisne jamais seria construída, e o avião jamais cairia. Intrigada, Kate pergunta como ele pretende destruir a energia. Ao que ele responde que irá detonar uma bomba de hidrogénio.

Estamos fora da Ilha, e de volta ao hospital em que Desmond entrou depois do tiro que levou. Penny está surpresa que Eloise seja a mãe de Faraday. Esta pede-lhe desculpas por Desmond estar envolvido naquela situação, que é maior do que todos eles. Penny pergunta se ele sobreviverá, obtendo a resposta de que pela primeira vez em muito tempo, Eloise não sabia o que aconteceria depois. Uma enfermeira entra na sala e diz que Desmond está na sala de recuperação, chamando por Penny. Logo percebemos que ele está bem, e Penny vai visitá-lo, enquanto uma outra enfermeira fica a tomar conta do pequeno Charlie. No quarto, Penny diz a Desmond que pensou que ele fosse morrer, e este diz-lhe que havia prometido que nunca mais a deixaria novamente. Os dois beijam-se, com muita emoção pelo meio.

Do lado de fora do hospital, Eloise Hawking é abordada por um homem que lhe pergunta se ele está bem. É Charles Widmore. Ela confirma que Desmond está bem, e pergunta por que ele não entra para falar com Penny. Ele diz que, infelizmente, a sua relação com Penny foi uma das coisas que teve que sacrificar. Revoltada, Eloise diz para ele não falar de sacrifícios, já que ela mandou o filho dela para a Ilha... sendo interrompida por Widmore que diz que ele também é filho dele. Eloise dá-lhe uma valente chapada na cara e vai-se embora.

Na floresta, enquanto Faraday caminha alguns metros à frente, Kate comenta com Jack que aquela história de mudar o futuro não está certa, e o médico diz que já está se acostumando com situações loucas, depois de ter vindo parar ao passado. Os três finalmente aproximam-se do acampamento dos Hostis, e Faraday, de pistola na mão, resolve entrar na área dele. Jack e Kate ficam a observar. Um Hostil percebe a aproximação de Faraday, e quando pensa em pegar numa arma, ele dá alguns tiros no solo, dizendo para que ninguém se mexa e que quer falar com Eloise. Richard Alpert vai falar com ele, dizendo que ela não está, perguntando se eles não se conhecem. Faraday diz que aquilo não importa, e que ele o leve até Eloise. Alpert nega novamente que ela esteja lá, e o físico então pergunta pela bomba, a mesma que ele havia mandado enterrar. Alpert pede que ele abaixe a arma para que conversem, mas o Faraday dá-lhe três segundos para falar. Ele começa a contagem, mas antes do três, alguém lhe dá um tiro... sendo que não tarda a que percebemos que quem disparou foi Eloise Hawking! Alpert fica indignado com o tiro, dizendo que Faraday não iria atirar. Caído, o físico sussurra que ela sempre soube, que ela sabia o que iria acontecer e que, mesmo assim, não fez nada para que ele não viesse para a Ilha. Ao ouvir isto, Eloise pergunta quem ele é, ao que ele responde: “Eu sou seu filho”, antes de acabar por morrer.

Sem dúvida, mais um excelente episódio, com variadíssimas revelações e com a indicação do que podemos esperar nos últimos episódios da temporada: Jack a tentar mudar o futuro. Um final triste e surpreendente que nos deixa a todos tão indignados como Faraday ficou.

-> Como sempre o crédito das imagens vai para o Naufrago. Podem visitá-lo aqui.