Hoje aproveitem a hora de almoço para ir cortar o cabelo, que bem já precisava de ver uma tesoura à muito tempo.
Chego ao barbeiro, que já devia estar aberto, e sou informado por um casal (já de idade) que ele deve-se ter atraso.
Espero uns cinco minutos e chega a mulher do senhor (esqueci-me de dizer que é um estabelecimento unissexo) dizendo que ele está a chegar e que só está acabar de estacionar o carro.
Entramos e esperamos mais um pouco, até que ele chega. Depois de cumprimentar toda a gente pergunta quem está primeiro e eu, automaticamente, aponto para o senhor de idade.
Ele prontamente diz que está primeiro mas que eu podia ir primeiro pois a mulher ia pintar o cabelo, coisa que leva o seu tempo, e que ele ia ter que esperar por ela de qualquer das formas, por isso, eu podia-me despachar já.
Agradecia toda aquela gentileza e pus-me as mãos do barbeiro. Pouco tempo depois o trabalho estava feito, paguei e voltei a agradecer ao senhor.
Este sorriu e disse: "Você é jovem e tem, com certeza, mais do que fazer, coisa que já não me aflige. Vá lá fazer o que tem fazer que ainda deve querer chegar a casa a tempo de ver o nosso Porto".
É claro que queria. Só pude largar um sorriso e desfazer-me, mais uma vez, em agradecimentos.
No regresso ao trabalho, não podia deixar de pensar em como é raro encontrar pessoas como aquela no dia de hoje, por isso, aquele senhor (que se calhar nunca mais vejo na vida) fica esta minha, sentida e merecida, homenagem...