Numa altura em que a nova época está para começar e onde novas caras estão prontas para entrar em cena, será de bom tom falar de uma das caras "antigas": Vítor Pereira.
Já o era para fazer à algum tempo, mas a falta de tempo (passo a redundância) não mo permitiu. Por isso, faço-o agora e ainda vou muito a tempo.
Vítor Pereira sempre foi criticado, mal amado, apupado e deitado a baixo, de todas as formas e feitios. Mas isso não o fez ceder, talvez até o tenha feito mais forte e toda a gente terá que lhe dar esse mérito.
Pegou numa equipa que vinha duma época perfeita, com jogadores que queriam sair de qualquer maneira do clube e que lhe fizeram a vida negra. O que é que ele fez? Foi campeão.
No ano seguinte, toda a gente dizia que aquilo foi sorte e que foi o Hulk a resolver o que o treinador não era capaz. O que é que ele fez? Foi, de novo, campeão, mesmo sem Hulk. E a jogar bom futebol e com aquele golo do Kelvin que só deu mais brilhantismo à coisa, até porque fez o adversário cair de joelhos, ali bem ao lado, enquanto ele corria a festejar... e a chorar.
E não o fez por ele, fé-lo pelo o Porto. Todos nós fizemos (de forma mais ou menos visível) a mesma coisa naquele momento. Todo o Porto chorou daquela forma, naquele dia. Todo o Porto... o Porto que também é do Vítor Pereira.
E acho que ai está a grande vantagem do Vítor Pereira (que vai para lá da sua qualidade, que para mim é inegável): o ser portista. O ser portista e o nunca desistir, nem virar a cara à luta, nem deixar que os outros o afectem, nem o fizessem pôr em causa o seu trabalho.
Digam o que disserem, ele ganhou dois campeonatos em dois possíveis. Só há que lhe agradecer por isso e desejar sorte para o futuro... desde que esse futuro não interfira com o futuro do Porto... do Porto que também é dele. E, dá-me ideia, que nunca teremos um treinador mais portista que o Vítor...